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Brasil: Música na História 50 peças para violão

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 O processo de formação musical proporciona contatos com inúmeros autores que, de formas mais ou menos amplas, influenciam a praxis artística. Ao longo dos meus anos de dedicação ao estudo musical, há uma latente identificação com a obra de Carlos Cruz, por conta de seus traços nacionalistas, pela origem natalícia que compartilhamos e por inúmeras outras peculiaridades inerentes ao fazer artístico de Cruz. Tocar, escutar e pesquisar sua obras tornou-se constante em minha formação musical, e essa atração ganhou força quando me deparei com a maravilhosa Brasill: Música na História – 50 peças progressivas para piano.


     

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Essa obra expressa com maestria inigualável a formação da identidade musical brasileira, e narra nossa história e de nossos personagens, de 1500 a 1985, através de uma profusão de formas musicais e variedades estilísticas que incluem desde as formas europeias até a miscigenação dessas com elementos musicais afro-brasileiros e indígenas, surgindo assim a música brasileira. A abordagem das 50 peças progressivas para piano foi inicialmente empírica, testando as obras cruzianas para piano ao violão. Este primeiro contato possibilitou identificar algumas possibilidades idiomáticas no violão não implícitas no texto original, tais como vibratos, mudanças de tessituras, timbres, texturas, articulações, campanelas, ligados, harmônicos naturais e artificiais, acordes, scordature, uníssono em cordas adjacentes e elementos de técnica estendida.

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A partir desse primeiro contato, a obra passou pelo processo de reelaboração musical do piano para o violão, utilizando como base teórica e prática a tese Para uma sistematização do método transcricional guitarrístico, do violonista Pedro Rodrigues1 e o artigo Arranjos da obra de Ernesto Nazareth para violão de oito cordas com afinação estendida, de Nicolas de Souza Barros2. Foi possível trabalhar as peças em parceria com o segundo teórico citado, do qual fui orientando no Programa de Mestrado Profissional em Ensino das Práticas Musicais – UNIRIO (2018-2019).

O resultado final culminou no uso maciço de Scordature, o que proporcionou ao instrumento novas possibilidades em termos de combinações harmônicas, melódicas, timbres, sonoridades e registros, renovando o potencial expressivo do instrumento. O diversificado conjunto de scordature amplia a visão do violonista, proporciona maior liberdade artística, apresenta caminhos possivelmente inexplorados e desenvolve a percepção musical e cinestésica.

Como é um processo delicado e requer domínio do instrumentista, incorporou-se à notação da partitura o uso da tablatura, a fim de facilitar a leitura do violonista e definir precisamente a região a ser tocada. As tonalidades e scordature foram escolhidas em função da organicidade gestual do instrumentista, medidas parcialmente pela quantidade de cordas soltas oferecidas.

Outra consideração relevante é o uso de miniaturas no processo de aprendizagem musical, uma vez que estas podem ser aprendidas, memorizadas e compreendidas de uma maneira mais dinâmica, viabilizando melhor aproveitamento do tempo. De igual modo, possibilitam o contato com uma maior variedade de elementos para o desenvolvimento da técnica violonística, como escalas, arpejos, ligados, acordes, mudanças de posição, rasgueado, o uso de terças, sextas e oitavas, entre outras, além de possibilitar o contato com uma maior variedade de elementos estilísticos.

O livro conta conta com o prefácio do Violonista e Pofessor Pedro Rodrigues (Portugal) e o Jornalista, Escritor e Pesquisador capixaba José Roberto Santos Neves (Brasil).

Enriquecer o repertório violonístico brasileiro e viabilizar aos violonistas peças nacionalistas, curtas, estilisticamente variadas, com número substancial de scordature e com elementos técnicos que abarcam quase todo o treinamento que um violonista precisa se submeter é o que se espera atravės da presente publicação. E que a mesma contribua com a difusão das obras do compositor Carlos Cruz, servindo de fonte de pesquisa para estudiosos da música brasileira em geral.

 

                                                                                                                                                                                                                               Bruno Soares

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